domingo, 17 de outubro de 2010


O que devemos pensar sobre a pretensão de imortalidade como forma de conservar depois de toda luta de uma vida a densa matéria palpável que está ao alcance de nossas mãos? Sabemos ser esse o verdadeiro horror ao encarar a morte como o fim do “ser”?
Ou será que nada disso faz sentido algum ao considerarmos que o conhecimento pode ser libertador ao ponto de projetar nossa consciência para além dos conceitos puramente materiais ou simplesmente nos aprisionar aos prazeres da vida terrena?
Sócrates dizia “A morte é o gênio inspirador, ou  a musa da filosofia,” adiantando que o conhecimento era a causa libertadora da vida material em relação à passagem para  existências diversas, condizentes com nossas freqüências de vibração.


Mas de que grau de conhecimento estamos falando? Um conhecimento estreitamente fechado com a idéia de sensibilidade pelo critério de análise de todas as possibilidades possíveis aplicáveis às leis naturais em conjunto com a razão?
O bom-senso nos diz para seguirmos o traçado definido para nós como leis de comportamento em que muitas vezes as ações naturais são sublimadas, mas o bom-senso também nos diz que não devemos viver como Diógenes que pregava o total desapego aos bens materiais adotando um comportamento escandaloso.
É sabido que os homens falam mais daquilo que menos conhecem e por isso a morte tanto quanto o amor é um mistério.
Parece mesmo ridículo à razão inquietar-se tanto com tão curto espaço de tempo, tremer tanto quando a nossa vida, ou a de um outro, se encontra em perigo, e compor dramas dos quais o conteúdo patético tem a sua mola tão-somente no medo da morte. Dessa forma, aquele poderoso afinco à vida é cego e irracional; o que o pode explicar é somente o fato de que, em si mesmo, todo o nosso ser já é vontade de vida, pois, tem de valer como o bem supremo, pois mais amarga, breve e incerta que ela possa ser; e pelo fato de que a vontade, em si e em sua origem, é cega e desprovida de conhecimento. - Schoppenhauer



Talvez alcançar determinado nível de razão faça surgir  um certo grau de misologia que nos levam a invejar os homens de condição inferior que estão mais próximos do puro instinto natural e não permitem que  a razão influencie sobre o que fazem ou deixem de fazer e acabam por nos diferenciar destes e dos anacoretas (tem no isolamento motivos práticos), nos colocando finalmente no confinamento resultante do conhecimento.
“O conhecimento, ao contrário, bem longe de ser a causa do apego à vida, atua em sentido oposto; ele revela o pouco valor da vida, e combate, desse modo, o medo da morte...celebramos então o triunfo do conhecimento sobre a vontade de vida cega... - Schoppenhauer.”
Vontade de vida cega, fruto do artificialismo dominante dos dias de hoje. O apego contrário à evolução, o “ter” no lugar de “ser”, a antipatia pelos que tentam ver além das mesquinharias deste mundo, o culto ao corpo e tudo o que pode ser impressionado pelos olhos são narcóticos para a sustentação de uma vida vazia embalada por futilidades e disputas sem sentido.
Tudo isso não passa de catalisador para a transformação no pior, para o sucumbir dos falsos ídolos e da decepção das sombras projetadas na caverna de Platão quando a realidade vem a tona. Nada que 15 dias de meditação Vipassana não clareie.
 “Do mesmo modo, desprezamos o homem no qual o conhecimento sucumbe naquela luta, o homem que se apega sem reservas à vida, insurgindo-se com toda a sua força à proximidade da morte, e se desespera à sua chegada (Na luta de gladiadores deploramos os que, tímidos e suplicantes, imploram pela vida; os valentes e animosos, que se oferecem tempestuosos à morte, destes gostamos de conservar a vida. – ‘Cícero’): e no entanto o que nele se expressa não é senão a essência originária de nós mesmos e da natureza.”



A ordem no caos só pode ser vista de um ponto de vista macro, longe da estúpida revolução dos cegos prepotentes que o formam, partícula ínfima desta ordem, e que enxergam em seu universo insignificante a razão de uma existência sem sentido. Jamais estarão libertos deste turbilhão de dor e torpor.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Homenagem

O pensamento é o ensaio da ação.
Sigmund Freud


Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte.
Sigmund Freud
(Engraçado! Eu acho que Kant já havia dito isso!)

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Soberba

(do latim Superbia)
Soberba
Altivez
Ambição desmedida por poder, fortuna e honrarias (cobiça)
Amor extraordinário à própria excelência (S. Tomás)
Amor perverso pela grandeza (S. Agostinho)
Amor-próprio exagerado
Aparentar o que não é (associado a bens tangíveis, luxo)
Arrogância
Auto-estima excessiva
Auto-suficiência
Bazófia
Cenodoxia
Convencimento (falta de modéstia)
Desdém (desprezo com orgulho)
Desejo excessivo de ser
Desejo imoderado de atrair admiração
Desvanecimento
Dignidade pessoal, sentimento exacerbado de
Egocentrismo (considerar-se o centro das atenções, Egomania)
Egolatria (adoração de si mesmo, Egotismo)
Fatuidade
Filáucia
Futilidade (soberba focada na aparência)
Gabação (gloriar-se de virtudes, dons e realidades materiais)
Gostar de ser adulado (soberba focada na lisonja servil)
Hiperefania (prazer da ostentação)
Humildade excessiva (soberba focada na inferioridade)
Imitação de Deus, considerar-se uma
Jactância
Mania de grandeza (Macromania, Megalomania)
Não “dar o braço a torcer”
Orgulho demasiado
Pavonice (enfeitar-se, exibir-se com ostentação, pavonear-se)
Pecado de Adão e Eva
Pecado de Satanás
Prepotência
Presunção (pensar e falar além do que é real sobre si mesmo)
Pretensão de todo-poder
Raiz de todos os pecados
“Se achar” (gíria carioca)
Sobrançaria
Superioridade, crença na própria
Ufania
Vã glória
Vaidade, excesso de
Vanglória

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

             Um dos princípios do ensinamento oriental,"filosofia" a IMPERMANÊNCIA é uma das lições mais caras e difíceis de aprendermos e que deveríamos praticar todos os dias, onde os monges constroem delicadas mandalas com areia colorida e logo após a conclusão do belo trabalho, destroem tudo com as mãos, demonstrando na prática que nada é permanente. No lado Ocidental, vemos Jesus caminhando sem nenhum bem, sem nenhuma posse, ao ponto de lembrar que o filho de Deus não tinha sequer uma pedra onde deitar a cabeça na hora de dormir, em desapego total.
             Quase todo o sofrimento humano decorre do apego que mantemos pelas pessoas, objetos ou fatos que marcam a nossa vida. Sabemos que tudo tem um fim, mas vivemos como se tudo fosse durar pela eternidade, por isso ainda nos espantamos com a morte, nos deprimimos com frustrações, sofremos com as traições, quase morremos com os rompimentos de relacionamento.
             Não é fácil aceitar a IMPERMANÊNCIA, nem desapegar-se de coisas tão queridas, mas como disse o mestre Dogen: "Ensinamento que não parece forçar alguma coisa em você, não é verdadeiro ensinamento ". Pratique diariamente a IMPERMANÊNCIA, refletindo nas mudanças que já ocorreram com você e concentre-se na felicidade que é simples, mais simples do que imaginamos. Veja se você não está colocando seus sonhos em prateleiras altas, em tempos e lugares distantes demais. A felicidade costuma estar sempre perto de nós, nos lugares mais simples, ao alcance das mãos. Por isso,ainda hoje escutamos pessoas arrependidas dizerem: "Eu era feliz e não sabia". Você é feliz por estar aqui e deveria saber disso, sempre!
 
            Extraido do site :
 
 





 
         
           Somos pouco perto da imensidão do universo e muito perto da clausura do corpo.
           Se cuidássemos mais de nosso espírito, não viciaríamos demais nossa alma.
           Olhe o que está realmente à sua frente, o que verdadeiramente importa.
           Nosso orgulho, nossa pompa, nossa soberba, isso tudo escorre da existência quando conseguimos vislumbrar uma faísca do que realmente somos para o cosmo, para a ordem.
 
           “Somos todos aprendizes, fazedores, professores” (Richard Bach)
 
            Carlos Salvo